Na Austrália, cerca de 330 tubarões foram marcados com transmissores que enviam avisos, através do Twitter, aos banhistas sempre que um desses animais se aproxima da costa ocidental. Trata-se de uma medida do Governo do Oeste da Austrália para diminuir o número de mortes por ataques de tubarões.
Quando um tubarão se aproxima 800 metros da costa, o transmissor nele incorporado faz accionar um alerta no computador, que em menos de dois minutos enviar um tweet através da conta @SLSWA (Surf Life Saving WA). A mensagem inclui o tamanho do animal, a espécie e a localização aproximada.
Foram marcados tubarões-baleia, tubarões-tigre e tubarões-brancos, os maiores peixes predadores dos oceanos, que estiveram envolvidos em vários ataques a banhistas e surfistas nos últimos anos. Os transmissores são pequenos aparelhos acústicos; foram implantados no estômago dos tubarões, através de cirurgias rápidas realizadas a bordo de uma embarcação. Após as intervenções, os animais foram de imediato libertados.
Chris Peck, da SLSWA, explicou ao canal de televisão Sky News que este sistema é muito mais rápido do que os tradicionais avisos nas rádios locais e nos jornais. “Agora a informação é imediata e as pessoas já não têm desculpa para dizer que não a recebem”, disse. A informação recolhida através dos transmissores vai também ser monitorizada e analisada pelos cientistas.
No entanto, a iniciativa está a ser criticada pelas associações ambientalistas. Citado pelo jornal The Independent, Ross Weir, do grupo Western Australians for Shark Conservation (WASC), disse: “Esta é uma reacção instintiva simples, que não está baseada na ciência. Não vai ter qualquer benefício para a segurança dos banhistas e vai ter um efeito dizimador nos tubarões-brancos e nas outras espécies em perigo de extinção.”
Os ambientalistas estão mais preocupados com outra medida do Governo do oeste australiano, que tem o mesmo objectivo: diminuir o número de mortes por ataques de tubarões. A ideia é criar “zonas de matança” de tubarões ao longo da costa ocidental. Os limites destas zonas vão até um quilómetro da costa, nas praias mais frequentadas: sempre que forem avistados tubarões nessa área, os pescadores locais estão autorizados a matar ou capturar os animais.