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O director executivo da Al Jazeera English escreveu que “estão presos por fazerem um trabalho brilhante”. Talvez seja a melhor definição possível para descrever o caso dos três jornalistas daquela estação que foram presos na Índia, em Dezembro do ano passado, e condenados esta semana a duras penas de prisão.
Os egípcios Mohammed Fahmy, Baher Mohamed e o australiano Peter Greste foram condenados a sete anos de prisão por um tribunal do Cairo por terem, alegadamente, feito peças jornalísticas tendenciosas, de apoio à Irmandade Muçulmana, a organização radical islâmica que foi deposta do poder no golpe de estado do Verão do ano passado.
Peter Greste era enviado da AlJazeera no Egipto desde dezembro do ano passado. Tinha aceitado substituir a correspondente da Al Jazeera no Cairo, para esta poder passar o Natal com a família. Semanas depois, fez uma cobertura de uma manifestação que desagradou a Junta Militar que está no poder, depois da deposição de Mohamed Mursi.
Os três jornalistas foram acusados de cumplicidade com o “terrorismo” da Irmandade Muçulmana, numa sentença que, de tão obstinada, não teve sequer em conta o facto da Procuradoria-Geral egípcia não ter apresentado quaisquer provas dessa cumplicidade.
Desde que os três jornalistas da Al Jazeera foram detidos, os protestos não se fizeram esperar, com a mobilização de grande parte da classe jornalística ocidental e dos próprios agentes políticos internacionais.
A condenação desta semana apenas adensou ainda mais a onda de protestos e pressões internacionais, com responsáveis diplomáticos e embaixadores do Egito em diversos países, entre os quais a Austrália, a serem convocados pelos ministros dos Negócios Estrangeiros para receberem mensagens de protesto face à decisão.
Como tem sido hábito, o twitter acabou por também ser um catalisador da indignação. Os jornalistas das redacções da AlJazeera e da BBC em Londres mobilizaram-se com faixas negras a tapar as bocas, em sinal de protesto. Já a edição de 2ª feira do New York Times apresentou a última página em branco.
Em protestos com grande carácter virtual, a expressão palavras de ordem deve ser trocada por hashtags de ordem. E, neste caso, #journalismisnotacrime e #FreeAJStaff foram o trending no Twitter nestes últimos dias.
Com ou sem cardinal, o jornalismo volta a mostrar que, em momentos críticos, consegue solidarizar-se com ele próprio.
#AlJazeera staff stand in silence for 1 minute on-air in solidarity with #FreeAJStaff pic.twitter.com/1pswtTgFDD
— Al Jazeera PR (@AlJazeera) June 24, 2014
Journalists in London protest against sentencing of al-Jazeera staff in Egypt #journalismisnotacrime #FreeAJStaff pic.twitter.com/5NoFHxMO5M
— BBC Breaking News (@BBCBreaking) June 24, 2014
The New York Times left its last page blank in support of our jailed colleagues in Egypt. #FreeAJStaff pic.twitter.com/bBUdTrtSNJ
— Jamela Alindogan (@jamelaaisha) June 23, 2014
Al Jazeera London staff tape their mouths in support of our jailed colleagues. #FreeAJStaff #journalismisnotacrime pic.twitter.com/Ppt2cjm6dL
— Maria Hadjiconstanti (@MariaHadji) June 24, 2014
The Al Jazeera Newshour goes to air, with a major branding change… pic.twitter.com/Dt3PPBNSQ9
— Kamahl Santamaria (@KamahlAJE) June 24, 2014
BBC team in Baghdad stand in support of jailed Al Jazeera colleagues #freeajstaff pic.twitter.com/j7WiI2Jinh
— Stuart Hughes (@stuartdhughes) June 24, 2014