Há mais uma app que está a dar que falar, principalmente nos Estados Unidos. Chama-se Meerkat e permite a qualquer utilizador do Twitter criar um livestream de vídeo, que pode ser seguido e comentado por outros utilizadores da rede social do pássaro azul.
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A ideia é que possas partilhar o que está à tua volta e criar “conversas em directo” no Twitter sobre isso. Fazendo lembrar o Snapchat, os livestreams não podem ser (re)vistos assim que terminem. No entanto, o utilizador pode guardar o vídeo no seu iPhone/iPad e partilhá-lo posteriormente no YouTube, no Vimeo ou num outro serviço equiparado.
Quando inicias um livestream no Meerkat, um link para o mesmo é automaticamente tweetado. Podes ver as fotos de perfil das pessoas que estão a acompanhá-lo, juntamente com likes e comentários. Estes comentários são tweets, mas vivem elegantemente dentro da app.
O Meerkat começou por ser um “projecto experimental” de uma start-up sediada em São Francisco chamada Life On Air, mas de repente tornou-se num fenómeno dentro do Twitter. Construído em apenas 8 semanas, o Meerkat nasceu na sombra de uma outra app da empresa – Air –, mas depressa impôs a sua existência graças à adesão maciça dos utilizadores do Twitter.
O conceito do Air é semelhante ao do Meerkat: a app permite criar livestreams instantâneos com um grupo de amigos; estes pode juntar-se ao livestream enquanto este estiver no ar e deixar comentários. Tal como o Meerkat, não é possível voltar atrás no vídeo, nem revê-lo depois de terminado; contudo, a app permite ao utilizador que criou o livestream capturar imagens do mesmo para partilhá-las posteriormente na forma de “flashbacks”. A maior diferença do Air para o Meerkat é que a primeira app não está assente na plataforma do Twitter, apesar de ter a funcionalidade Twitter Login (assim como Facebook Login).
Três dias depois do lançamento, o Meerkat já era usado por 15 mil utilizadores com 8 mil streams em vídeo já realizados. Um crescimento viral que se explica facilmente pelo facto de todos os streams e comentários serem automaticamente tweetados – ou não fosse esta a primeira regra do Meerkat: “tudo o que acontece no Meerkat acontece no Twitter”.
Mais uma vez, a efemeridade e a viralidade reinam no mundo da tecnologia. A estratégia parece estar a resultar: a app recebeu tanta atenção que até o próprio Twitter tentou alegadamente “cortar-lhe as pernas”. Vários utilizadores reportaram ter deixado de conseguir tweetar os livestreams do Meerkat; a funcionalidade de comentários também terá sido bloqueada. Uma situação que já está resolvida, mas que levou o criador da app Ben Rubin a deixar uma mensagem ao CEO do Twitter Dick Costolo:
Hi @dickc! today @ 6:30am @twitter blocked all outgoing tweets posted via @appmeerkat even though we work well within the Api -any idea why?
— Ben Rubin (@benrbn) March 2, 2015
Uma das possibilidades mais viáveis para a manutenção a longo-prazo do uso desta aplicação está nos conteúdos jornalísticos: os jornalistas podem reportar em livestreaming um acontecimento de última hora ou acompanhar um grande evento através da app.
Mas há outros usos a dar ao Meerkat. O CEO do Product Hunt Ryan Hoover, por exemplo, usou-o para dar um sneak peek de novas funcionalidades que estão a ser desenvolvidas pela sua equipa. Este é um screenshot partilhado pelo próprio no Twitter.
Já a Life On Air vai fazer uma experiência com o seu Meerkat na edição 2015 do SXSW, o festival de arte que arranca esta sexta-feira no Texas, Estados Unidos. A empresa criou uma espécie de minisite no qual as pessoas que vão ao evento se podem registar para que aqueles que não vão possam sentir a experiência através dos seus streams.