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Uma bela notícia para o cinema português. A produtora Leopardo Filmes comunicou que o prémio do júri do Festival de Viena foi atribuído pelo jornal diário Der Standard à longa-metragem de Carlos Saboga. Este prémio é atribuído anualmente a um filme que ainda não tenha distribuição comercial assegurada na Áustria, que ganha assim espaço publicitário na edição impressa do jornal.
A Uma Hora Incerta conta-nos algumas das memórias do autor do tempo do Estado Novo. Afinal, Carlos Saboga fugiu clandestinamente à ditadura de Salazar nos anos 1960, primeiro para França, seguindo depois para a Itália, antes de se ter, finalmente, naturalizado francês.
A acção do filme A Uma Hora Incerta decorre em Lisboa, nos anos 1940, durante a segunda Guerra Mundial, e assenta em duas histórias: a da obsessão de uma adolescente pelo pai, inspector da PIDE, e a da prisão de dois franceses, que procuram refúgio em Portugal.
Carlos Saboga está associado à escrita de argumentos no cinema português, tendo sido um dos argumentistas em filmes como O Lugar do Morto, de António-Pedro Vasconcelos, Adeus Princesa, de Jorge Paixão da Costa, e na adaptação para cinema de Mistérios de Lisboa, de Raoul Ruiz.
Este galardão da Viennale vem juntar-se a outras distinções que marcam a carreira do realizador e argumentista de 78 anos, onde destacam títulos como Jaime (1999), O Milagre Segundo Salomé (2004), Mistérios de Lisboa (2010) e Linhas de Wellington (2012).
A Uma Hora Incerta estreou em Portugal a 15 de Outubro, com Joana Ribeiro e Paulo Pires no elenco e fez-se acompanhar da curta-metragem O Coro dos Amantes, de Tiago Guedes, com Gonçalo Waddington e Isabel Abreu.
Na última edição da Viennale, o Prémio do Júri do jornal Der Standard foi atribuído ao filme Bird People, de Pascale Ferran.