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Depois de ter sido revelada a lista dos nomeados aos Óscares deste ano, a falta de actores negros candidatos aos cobiçados prémios da Academia foi motivo de contestação não só na imprensa e nas redes sociais, mas também por parte de figuras públicas.
Este fenómeno, que já o ano passado se repetiu, deu inclusive origem ao hashtag #OscarsSoWhite. A público e em defesa da Academia veio Cheryl Boone Isaacs, presidente da Academy of Motions Picture Arts and Science, que através do Twitter tentou colocar alguma água na fervura.
“Em 2016, o mandato é a inclusão em todas as suas facetas: género, raça, etnia e orientação sexual”, referiu Cheryl Boone acrescentando ainda que essa mudança “não está a surgir tão rápido quanto gostaríamos.”
As propulsões deste acontecimento aumentaram substancialmente quando o cineasta Spike Lee e a actriz Jada Pinkett Smith, mulher de Will Smith (nome que chegou a ser falado como possível nomeado pela sua prestação em Concussion), vieram esta segunda-feira apelar a um boicote à cerimónia dos Óscares, referindo que não vão estar presentes na gala do próximo dia 28 de Fevereiro, como forma de protesto.
Não é a primeira vez que Spike Lee se vê envolvido numa polémica do tipo, já que em 2014 o realizador tinha prestado declarações polémicas contra a gentrificação que se fez e faz sentir sobre os bairros de Nova Iorque outrora maioritariamente habitados por afro-americanos.
Já contra Jada Pinkett Smith fez-se ouvir uma voz em particular. É o caso de Janet Hubert, actriz afro-americana que na década de 1990 participou com Will Smith na série The Fresh Prince of Bel-Air. Num vídeo publicado por si desdramatiza toda a polémica apontando a Jada Pinkett que há problemas maiores do que as nomeações aos Óscares que são feitas por parte de uma indústria que tanto dinheiro lhe deu a ganhar.
A actriz deixa ainda palavras contra Will Smith que, durante a rodagem da série onde o actor era protagonista, se recusou a apoiar o restante elenco de forma a permitir uma renegociação dos ordenados.
Com argumentos contra ou a favor do boicote, o assunto tem estado na ordem do dia nas redes sociais. Se há quem ache a atitude de contestação acertada e considere que a falta de actores negros entre nomeados foi uma decisão consciente e discriminatória da Academia, há quem acuse as personalidades na origem da polémica de se vitimizarem para obterem uma vantagem que não lhes devia ser reconhecida a não ser por mérito.