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Os portugueses First Breath After Coma estão em digressão pela Alemanha e escolheram o Shifter para relatar as suas experiências. Depois de dez dias em viagem, este é o último diário da banda. Lê aqui o capítulo anterior.
Dias 9 e 10
Este foi sem dúvida o dia mais agressivo. Saímos de Kassel às duas da tarde e chegámos a Boyanne às 7 da manhã. Corremos Alemanha, Bélgica e França, com paragens para xixi, toques na bola, cigarros e muitos cafés. Com 6 gajos numa carrinha há momentos para tudo, rir, chorar, gritar, dormir e momentos de insanidade mental pura como podem comprovar nas fotos.
Chegados a Boyanne, uma cidade encostada à fronteira de Espanha, estávamos completamente de rastos e para ajudar à festa a senhora do hotel conseguiu complicar tudo, só falava francês e tentava explicar que não podíamos fazer o check-in às 7 da manhã porque a reserva já tinha sido anulada por termos chegado tão tarde. Entretanto uma das senhoras de limpeza era portuguesa e veio ajudar-nos na tradução. Lá conseguimos resolver a situação, tomámos um grande pequeno almoço e fomos dormir.
Aquelas 6 horinhas completamente esticados, que bem que souberam. Depois de tanta comida de merda durante as viagens, foi unânime escolher algo saudável e rapidamente encontrámos na bonita vila um restaurante caseiro com fantásticas sopas e saladas.
De volta à estrada, fomos surpreendidos com meia dúzia de polícias e militares que nos mandaram parar junto à fronteira de França-Espanha. Foi tempo para mais um cigarro e com sorte não nos fizeram tirar o material todo da carrinha para revistar.
Os turnos passaram, os donos foram interrompidos, chega-se ao momento em que nada se faz, ninguém tem sono e começa mais uma vez a insanidade mental.
Houve quem dançasse em tronco nu, houve quem brincasse com luzes ao ritmo da música, uma espécie de party bus como o que vimos em Paris a percorrer “Champs Elysees”.
Foi uma junção de nada dizer com conversas interessantes, silêncio, parceira e uma enorme vontade de sair da carrinha! Finalmente chegámos ao Porto para deixar o querido amigo Pedro nos seus aposentos, é sempre fantástico trabalhar com ele.
Rapidamente e com todo o hábito fizemos o clássico Porto-Leiria, e num piscar de olhos estávamos em casa, “home sweet home”.
É hora de beijinhos e abraços, um enorme duche e 14 horas de sono!