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Mariano Bosaz, director sénior global da área digital da Coca-Cola, falou do uso de tecnologia no marketing da empresa e do futuro da publicidade com recurso à inteligência artificial, no Mobile World Congress.
Em entrevista ao Adweek, o responsável admitiu querer inovar no marketing. “No conteúdo, o que quero começar a experimentar são as narrativas automatizadas“, afirma Bosaz, relembrando que a Coca-Cola já tem muita experiência na criação de conteúdo e estórias audiovisuais.
O director aponta a criação de música para anúncios, a escrita de guiões ou a gestão de redes sociais como algumas das funções que os robôs possam desempenhar na totalidade. No entanto, admite ser uma ideia a longo prazo.
Apesar de não serem autónomos, os robôs com inteligência artificial já são capazes de produzir os 5 segundos iniciais ou o final de um spot publicitário. “O final é sempre o mesmo” nos anúncios da marca, que utiliza uma animação com o logótipo para terminar a publicidade.
A utilização de tecnologia é uma forma de fomentar as vendas do comércio electrónico. No Japão, por exemplo, há uma aplicação (chamada Cake On) que permite o pagamento das bebidas. “Pode-se entender mais sobre hábitos de consumo, localização e tempo”, relembrou Mariano Bosaz.
Por outro lado, o lado negro da novidade não é esquecido. É necessário “encontrar o equilíbrio certo na utilização dos dados dos consumidores para fornecer melhores serviços sem ultrapassar os limites”.
As preocupações surgem com a emergência da Internet das Coisas, numa altura em que as marcas apostam na área digital. A Coca-Cola contratou o primeiro responsável pelo marketing digital no final de 2016 para se tornar numa “empresa digital que não se limita a publicar anúncios nas redes sociais”. A empresa vai focar-se em quatro áreas principais: experiência do consumidor, operações, novos negócios e cultura.
Mariano Bosaz esteve em Barcelona para saber mais sobre a utilização da inteligência artificial. “Tento entender o timing. Tentar implementar uma tecnologia demasiado antiga é algo obsoleto. Mas tentar implementar tecnologia demasiado recente resulta em problemas de escala”, justifica o director sénior global da área digital da Coca-Cola.
Texto de: Filipe Santiago Lopes
Editado por: Mário Rui André