Se achas importante o que fazemos, contribui aqui.
Se há marca a quem reconhecemos um cuidado com representatividade de géneros e diferenças na comunicação dos últimos anos, essa marca é a Dove. Genuíno ou uma cuidada operação de marketing a verdade é que a marca não tem dado espaço a polémicas mesmo numa área tão sensível como a cosmética.
Este fim-de-semana, o cenário não permaneceu tão pacífico com uma publicação no Facebook da Dove norte-americana a incendiar a internet, por proporcionar uma leitura considerada racista.
A maquilhadora Naythemua, com cerca de 60 mil seguidores no Facebook, terá sido a primeira a dar conta da situação com um posts público, no qual explica sucintamente a polémica e partilha a resposta que a Dove lhe terá dado na página da marca (o post controverso original foi entretanto eliminado). Mais de 10 mil partilhas e 3,7 mil comentários nessa publicação, à data de escrita deste artigo.
Como é habitual nestes casos, a internet não perdoou e o caso espalhou-se pelas redes sociais, incluindo o Twitter, obrigando a Dove a, um dia depois, pedir desculpa pelo sucedido.
Apesar do historial recente estar aparentemente limpo, esta não é a primeira acusação de discriminação racial a recair sobre a Dove. Uma campanha de 2011, recordada agora por muitos internautas, era propícia a uma leitura semelhante associando o tom de papel caucasiano a uma maior higiene. Para muitos dos que se chegaram à frente a comentar, se um anúncio – o de 2011 – podia ser um erro, o reforço da mensagem seis anos depois não tem desculpa e revela um padrão errado.
Okay, Dove…
One racist ad makes you suspect.
Two racist ads makes you kinda guilty. pic.twitter.com/hAwNCN84h2— Keith Boykin (@keithboykin) October 8, 2017
Wait, "normal to dark skin"? Why is this racist @Dove product still being sold? https://t.co/31uhsBj8sP pic.twitter.com/ss9ZjyTUrh
— Keith Boykin (@keithboykin) October 8, 2017