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As homenagens espontâneas são sem dúvida as que acarretam maior potencial emotivo. Nada como um gesto inesperado para nos despertar emoções – tanto mais quanto mais despropositado esse gesto for relativamente ao seu tempo ou ao seu espaço. E nada mais ajustado à personalidade de Zé Pedro do que uma homenagem cantada, a plenos pulmões, num sítio onde a música… costuma ser outra.
Tudo se passou numa igreja de Guimarães e um dia depois do funeral do mítico guitarrista dos Xutos & Pontapés, com o padre José Silvino a pôr para trás das costas eventuais preconceitos que distanciem o punk de Cristo, coordenando o seu coro numa inédita rendição de “Não Sou o Único”, tema composto pelo falecido musico.
No vídeo, entretanto carregado para a Internet, percebe-se a genuinidade da acção e que provavelmente nenhum dos intervenientes esperava a repercussão mediática desta atitude. A verdade é que uma fuga deste género a um protocolo tão marcado e por vezes restritivo é um sinal positivo de modernização da igreja e uma forma de nos lembrarmos que nenhum de nós é único em nada, enquanto estivermos unidos pelo amor.