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Depois do anúncio de que o Facebook vai dar prioridade aos conteúdos de amigos e família em detrimento das empresas, já houve várias manifestações de opiniões diferentes. O objectivo da mudança no algoritmo é tornar a rede mais saudável. O Facebook prevê que as alterações, relevadas no início deste 2018, levem a um decréscimo no tempo de utilização, mas o facto é que outros ajustes já feitos ao algoritmo do News Feed já revelaram essa tendência. O tempo passado pelos utilizadores no Facebook sofreu um decréscimo de 5%.
A CNN aponta um possível motivo: a menor quantidade de vídeos “virais” no feed. “Ainda no último ano, fizemos mudanças para mostrar menos vídeos virais para garantir que o tempo das pessoas é bem gasto. Fizemos mudanças que reduziram o tempo passado no Facebook em sensivelmente 50 milhões de horas, todos os dias“, revelou Mark Zuckerberg. O relatório do último trimestre do ano passado ainda dá conta da primeira diminuição no número de utilizadores diários nos EUA e no Canadá.
No entanto, o director financeiro da empresa explicou que se trata de uma reação do mercado e que, por isso, não se espera que seja recorrente. O ambiente é de alguma indecisão entre a melhoria dos indicadores e também o combate às fake news e filtros-bolha. “Temos a responsabilidade de compreender na totalidade a forma como os nossos serviços são usados e de fazer tudo o que podemos para amplificar o bem”, explicou Zuckerberg.
Um acto de compaixão? Ou estratégia a longo prazo?
Isto parecem maus indicadores para a empresa, mas até pode não ser bem assim. Josh Constine, editor do TechCrunch, refere que “a vontade do Facebook em promover o bem-estar é pouco usual entre estas grandes empresas”. “Há quem encare como um acto de compaixão. Outros acreditam que é uma estratégia a longo prazo para prever um movimento de deixar de usar o Facebook, que poderia custar muito mais do que uma redução no tempo passado no site”, explicou.
O artigo explica ainda que os investidores e anunciantes confiam que as alteração vão ser proveitosas. Apesar de o tempo passado no Facebook diminuir, há uma melhoria na intensidade das interações e engagement – que poderá levar a uma menor sensibilidade perante os preços. A estratégia poderá levar a preços mais altos cobrados pelo Facebook por esses anúncios.
Embora toda esta tese pareça encaixar na perfeição e ser win-win, há algumas preocupações que podem ser ressaltadas com o aumento do poder dos anúncios e a filtração/segmentação sofisticada do mercado. Em Portugal, o novo player Nónio já levantou algumas destas questões.
Small sites won’t be helped or hurt by this as some large publishers benefit and some see less distribution, which cancels out competition effects on small publishers. @jeffbercovici, you’re right this won’t address false news, it’s not meant to.
— Adam Mosseri (@mosseri) February 1, 2018
The meaningful social interactions changes are actually rolling out slowly over months. I’m not sure what specific publishers you’re looking at, but at an aggregate level the changes are relatively small so far.
— Adam Mosseri (@mosseri) February 1, 2018