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Um dia. Cinco jovens realizadores. Cinco jovens actores. Cinco perspectivas de um quotidiano, em Lisboa, vivido por cinco personagens. Uma série sobre a geração dos próprios realizadores, que cresceu rodeada de avanços tecnológicos, com expectativas financeiras incertas num mundo sem precedentes de prosperidade económica. Uma série que nos explica que quando o inevitável choque com a realidade acontece, o caminho mais fácil parece ser adiá-lo por mais um dia.
Cada episódio é centrado numa personagem: Rúben (Tomás Cabeleira), João (Francisco Belard), Nazim (Jadeja Pradeepsinh), Margarida (Francisca Salvado) e Júlia (Diana Narciso). Os protagonistas vão sendo envolvidos pelo ambiente dos próprios espaços que frequentam e pela excitação na construção da sua imagem numa perspetiva futura. Alguns deles cruzam olhares e caminhos, envolvendo-se, outros nunca se chegam, sequer, a conhecer. Todos de idades e contextos diferentes, procuram encaixar-se nas normas de uma estrutura social já existente — sentem uma vontade insaciável de fazerem parte de alguma coisa, mas também porque têm medo de acabarem sozinhos.





Subsolo é a mais recente aposta da RTP no plano das webséries, depois de #CasaDoCais, e que, tal como esta, está disponível na íntegra e em alta definição no canal de YouTube da estação pública, bem como na plataforma de streaming RTP Play (podes vê-la também neste artigo, mais em baixo). Subsolo é da autoria da Videolotion, a mesma produtora do filme Verão Danado (2017) e que foi fundada por um grupo de amigos que queria fazer filmes.
Com Subsolo, os autores querem “incitar a um diálogo sobre uma geração nascida depois de 1990, que cresceu a ouvir que era especial e que lhe esperavam possibilidades infinitas de sucesso, uma garantia de estabilidade e de triunfos profissionais e pessoais, alimentando-se uma identidade de protagonista”, como referem em nota de imprensa. Que geração é essa? É a dos jovens “quase-adultos, mas ainda adolescentes, que, passados 20 anos de se terem achado os melhores, afinal descobrem que são só mais um, num mundo rápido e violento em que apenas numa atmosfera alternativa se consideram capazes de se distinguir. Por isso, procuram a auto-afirmação nas redes sociais, colocando fotos de uma realidade melhorada dos seus dias e vivências. São jovens que, vivendo com uma visão distorcida sobre si mesmos, geram uma grande fonte de frustrações e assim estão sempre à procura de algo mais orgânico, mais verdadeiro”.


“Subsolo fala sobre essa procura. Uma série que corre riscos e que tem uma preocupação estética clara, ao aproximar-se de uma linguagem fundada no cinema. A proposta é, também, trabalhar com uma nova geração de actores, menos conhecidos no panorama nacional, ajudando assim na construção deste universo alternativo de Lisboa, que estará latente nos próprios meios e equipa de produção”, acrescentam.
Cada episódio é da responsabilidade de um realizador, sendo quatro dos cinco realizadores da Videolotion. Tiago Simões assina o episódio “Rúben”, Joana Peralta dirigiu “João”, Victor Ferreira assumiu “Nazim”, Marta Ribeiro fez “Júlia” e Maria Inês Gonçalves, que foi convidada para este projecto e de quem já te falámos aqui, realizou “Margarida”. Os cinco episódios têm entre 12 a 14 minutos cada e podem ser vistos de seguida, num total de cerca de uma hora, ou quando se tem apenas 15 minutos para viajar na internet.