A violência no site do YouTube já deu dores de cabeça suficientes à empresa detida pela Google (com casos como o de Logan Paul), mas o YouTube teve esta terça-feira de lidar com um tiroteio na sua própria sede em San Bruno, na Califórnia, EUA. Pelo menos três pessoas foram atingidas e hospitalizadas, segundo as autoridades policiais.
O caso ocorreu durante a hora de almoço dos funcionários do YouTube. A suspeita do tiroteio é uma mulher – Nasim Najafi Aghdam, de 39 anos –, que acabou por morrer no local, alegadamente vítima de uma bala auto-infligida. Nasim tinha publicado um vídeo no YouTube em Janeiro deste ano, criticando a plataforma por “discriminar e filtrar” o seu conteúdo. Segundo reporta a imprensa internacional, as autoridades tinham sido alertadas para a probabilidade do crime vir a acontecer pelo pai de Nasim, conhecedor do seu “ódio” à empresa.

As três vítimas tinham entre 27 e 36 anos e foram levadas para o Zuckerberg San Francisco General Hospital – uma delas chegou em estado crítico, outra em estado grave e a terceira em condição estável. Houve uma quarta pessoa com um tornozelo torcido, tendo sido tratada no Kaiser Permanente South San Francisco Medical Center.
Sundar Pichai, CEO da Google, enviou uma carta interna a todos os funcionários explicando o sucedido. “A polícia e a nossa equipa de segurança evacuaram os edifícios e priorizaram a segurança de todos”, referiu. “É com a maior das tristezas que vos digo – com base na última informação – que quatro pessoas foram atingidas neste horrível acto de violência. Estamos a fazer tudo para os apoiar e as suas famílias nesse tempo. (…) Estou grato a todos dentro e fora da empresa pelo grande apoio.”
Here is the note that @sundarpichai just sent to Googlers worldwide. pic.twitter.com/bdC6KeTl9c
— Google Communications (@Google_Comms) 3 de abril de 2018
Sundar Pichai e Susan Wojcicki, CEO do YouTube, reagiram também com mensagens nas suas contas de Twitter.
O YouTube tem estado debaixo de fogo por causa das suas políticas de moderação e acesso à monetização de conteúdo. No início deste ano, a empresa lançou novas regras que restringem o acesso de canais mais pequenos às ferramentas de rentabilização e especula-se que esse tenha sido sido um dos pretextos para a revolta de Nasim.
There are no words to describe the tragedy that occurred today. @SusanWojcicki & I are focused on supporting our employees & the @YouTube community through this difficult time together. Thank you to the police & first responders for their efforts, and to all for msgs of support.
— Sundar Pichai (@sundarpichai) 3 de abril de 2018
There are no words to describe how horrible it was to have an active shooter @YouTube today. Our deepest gratitude to law enforcement & first responders for their rapid response. Our hearts go out to all those injured & impacted today. We will come together to heal as a family.
— Susan Wojcicki (@SusanWojcicki) 4 de abril de 2018
Conta de Twitter de funcionário do YouTube pirateada
No meio da azáfama, a conta de twitter verificada de um funcionário do YouTube, Vadim Lavrusik, terá sido hackeada para enviar falsos pedidos de ajuda. “PLEASE HELP ME FIND MY FRIEND I LOST HIM IN THE SHOOTING”, lia-se numa dessas publicações entretanto eliminada, complementada com uma foto de Keemstar, um youtuber conhecido na área do gaming e videojogos.
Os tweets falsos através do perfil de Vadim Lavrusik começaram 20 minutos depois de este ter sido dado como são e salvo. O hack não passou despercebido a vários utilizadores do Twitter e mereceu a resposta, na primeira pessoa, de Jack Dorsey, CEO do Twitter.
We’re on it
— jack (@jack) 3 de abril de 2018
I have my account back. Thanks @Twitter @jack for your help.
— Vadim Lavrusik (@Lavrusik) 3 de abril de 2018