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Durante os primeiros dias do campeonato do mundo, a alegada intolerância dos russos a manifestações homossexuais foi notícia um pouco por todo o mundo. Em causa estavam ameaças e intimidações anónimas feitas a homossexuais que passavam a ideia de um certa censura sistémica a este tipo de comportamento, a que alguns activistas diziam somar-se a conivência do Estado.
Se não é certo que esta repressão exista de facto e com aprovação do governo russo, certo é que desde 2013 vigora no país uma lei que visa impedir a propaganda gay direcionada a menores mas que segundo activistas locais tem vindo a ser utilizada como mecanismo de censura a eventos e outras manifestações – já antes a parada gay tinha sido motivo de polémicas e banida pelas autoridades centrais. Sobre essa lei e outros acontecimentos criou-se a ideia que, em tempos de mundial, a bandeira arco-íris seria proibida naquele país, que permaneceu mesmo depois da afirmação em contrário do embaixador russa na organização do campeonato.
Foi sob este pretexto e manifestando-se, pelo menos, quanto à incerteza nas leis sobre a possibilidade deste tipo de manifestações públicas e contra a homofobia que tem protagonizado momentos que se tornaram virais que seis activistas de diferentes nacionalidades decidiram sair às ruas de Moscovo envergando a camisola do seu país e formando, em conjunto, #TheHiddenFlag.
in russia, the act of displaying the LGBT flag in public can get you arrested. so these 6 activists from latin america resorted to creativity: wearing uniforms from their countries' football teams, they turned themselves into the flag and walked around moscow with pride. 🏳️🌈 pic.twitter.com/7Q2HgLemzh
— gabi (@harleivy) July 8, 2018
Marta Marquez, espanhola, Eric Houter, holandês, Eloi Pierozan Junior, brasileiro; Guillermo León, mexicano, Vanesa Paolo Ferrario, argenta e Mateo Fernández Gómez, colombiano, desfilaram pelas ruas da capital do país organizador do campeonato do mundo e pousaram ocasionalmente para algumas imagens que falam por si em pormenores como a presença e o olhar desconfiado de autoridades. A iniciativa teve o apoio da Federação Estatal de Lésbicas, Gays, Trans e Bissexuais, uma organização que combina mais de 50 associações locais distintas.