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O Instituto Nacional de Estatística (INE) realizou no final de 2017 um inquérito público sobre mobilidade para recolher, pela primeira vez, dados estatísticos sobre como é que as pessoas se deslocam nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Os resultados foram agora divulgados.
Segundo o INE, a maioria das pessoas que reside nas duas grandes áreas metropolitanas (43,9% da população portuguesa) desloca-se diariamente, sendo o principal motivo o trabalho. Em 2017, o número médio de deslocações/dia por pessoa móvel situou-se em 2,72 na Área Metropolitana de Porto (AMP) e 2,60 na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Essas deslocações na AMP e na AML duraram em média 21,8 minutos e 24,3 minutos, respectivamente.
As conclusões mais importantes deste inquérito do INE à mobilidade relacionam-se com os meios de transportes mais utilizados. O transporte dito individual – isto é, automóveis e motociclos – é o preferido tanto na AMP (69,0%) como na AML (59,8%). Já os transportes públicos/colectivos como principal modo de mobilidade representam apenas 11,1% na AMP e 15,8 na AML. O autocarro é na AMP a opção de transporte público primordial com 61,0% de expressão, sendo a sua expressão na AML inferior devido à maior diversidade de transportes existente.
Por seu lado, as deslocações por modos suaves (pedonal ou bicicleta) são de 18,9% na AMP e 23,5% na AML. Os modos suaves são uma escolha particularmente expressiva para ir às compras (29,6% na AMP e 38,9% na AML). Já para ir para estabelecimentos de ensino, como escolas e faculdades, o transporte público revela-se mais relevante que o individual (31,7% na AMP e 28,1% na AML).
A preferência do automóvel nas deslocações diárias nas duas grandes áreas metropolitanas é justificada pelos inquiridos pela “rapidez” e “conforto”, mas também pela “rede de transportes públicos sem ligação directa ao destino”, “ausência de alternativa” e “serviços de transporte público sem a frequência ou fiabilidade necessárias”. No que diz respeito aos principais motivos para utilização dos transportes públicos, o facto de “não conduzir/não ter transporte individual” foi identificado por grande parte dos inquiridos.
Numa avaliação da oferta existente, destacaram-se a “proximidade à rede/paragens” tanto na AMP como no AML. Na AMP, os inquiridos mencionaram ainda a “segurança” e “facilidade de transbordo”; na AML, a “facilidade de transbordo” e a “rapidez”. Do lado negativo, quanto à AMP salientaram o “preço/custo do transporte público” e o “acesso por pessoas portadoras de deficiência”, tendo esta última avaliação sido também referido na AML juntamente com a “lotação”.