Bons Sons celebra 10ª edição com nova imagem e manifesto

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Bons Sons celebra 10ª edição com nova imagem e manifesto

A democracia precisa de quem pare para pensar.

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Festival regressa a Cem Soldos de 8 a 11 de Agosto.

O Bons Sons não é apenas o festival que transformou uma aldeia e que continua a transformá-la todos os anos. É também o festival que transformou a aldeia numa marca e a marca numa aldeia – uma marca no melhor sentido da palavra, sofisticada e bem desenhada, acompanhada sempre por uma boa comunicação em todos os seus touchpoints. Teeze anos passados e nove edições depois, o Bons Sons sentiu ser altura de uma renovação, e apresenta-se com uma nova imagem e um manifesto.

O manifesto sintetiza em 10 pontos a missão e a realidade da aldeia de Cem Soldos e do festival Bons Sons, que este ano de realiza pela 10ª vez, de 8 a 11 de Agosto. Um festival e uma aldeia que existem e que querem existir pela contemporaneidade no campo, por uma plataforma cultural, pelo planeamento do território, pela cidadania participativa, pelo envelhecimento activo, pelo ensino em comunidade, por projectos de território, por uma acção sustentável, pela criação de espaço público e pela cultura popular.

A acompanhar esta aldeia em manifesto, a imagem da 10ª edição do Bons Sons apresenta-se em torno da história do festival, do futuro e da ideia de comunidade. Estes três pontos são materializados através do recurso a letras stencil utilizadas em edições anteriores, de uma tipografia gerada e manipulada digitalmente e da utilização de alguns símbolos inspirados no manifesto que representam a dinâmica de comunidade.

Os bilhetes para a 10ª edição do Bons Sons já estão à venda. O passe de quatro dias custa 45 euros até final Julho, subindo depois para 50 euros. Os bilhetes diários ficam a 22 euros  até final de Julho, passa em Agosto para 25 euros.

Os 10 pontos do manifesto do Bons Sons

1 – Pela contemporaneidade no campo: lutamos por uma visão contemporânea do campo, por um olhar próximo e não paternalista do espaço rural. Há ainda quem pense que a aldeia é o passado e a cidade o futuro. Cabe às novas gerações conquistar os seus caminhos nestas paisagens. Vivemos a aldeia de hoje.

2 – Por uma plataforma cultural: trabalhamos para dar a conhecer a produção cultural que vive e resulta de um contexto. Balizámos a nossa acção nos projectos criados em Portugal, por portugueses ou estrangeiros, em português ou noutra língua. Criamos uma plataforma que coloca artistas e público em lugares de entendimento. Vivemos de projectos que trazem o novo, o aculturado e o refrescante. Somos o encontro.

3 – Pelo planeamento do território: sabemos que as pessoas só querem estar onde as coisas acontecem. O êxodo rural resulta da falta de perspectivas para o campo. O desapego gera desconhecimento. A cultura deve ser um instrumento para o planeamento, fixação e atracção do território. Temos ideias.

4 – Pela cidadania participativa: defendemos a cidadania participativa. Não desresponsabilizamos as instituições, mas não cruzamos os braços. Fazer é o nosso poder.

5 – Pelo envelhecimento activo: acreditamos que todos têm um papel na comunidade em que se inserem. Viver em comunidade é viver num modelo intergeracional, numa relação de proximidade que estabeleça lógicas de inter-ajuda, interesse, curiosidade e partilha entre as várias gerações. Envelhecer activamente é dar uma oportunidade de crescimento para todos. Somos um imenso lar.

6 – Pelo ensino em comunidade: consideramos que as escolas têm um papel fundamental para pensar e activar as comunidades e devem ser permeáveis aos interesses e estímulos das mesmas. É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Defendemos modelos de ensino práticos, adequados e ajustados que confiram às crianças uma dimensão local e global. Crescemos com a aldeia.

7 – Por projectos de território: acreditamos no financiamento de projectos multiplicadores, criadores de sentido e de riquezas. Estamos cansados de projectos que existem enquanto há fundos e acabam assim que as linhas de financiamento mudam. Projectos de gabinete que não tocam o território e que não têm parceiros locais. Investimos nas pessoas.

8 – Por uma acção sustentável: necessitamos de uma acção local para agirmos globalmente. A sustentabilidade resulta de um equilíbrio evolutivo resultante das dinâmicas ecológicas, económicas e sociais. Defendemos um processo evolutivo baseado no encontro destas várias perspectivas. “Viver com o que a terra dá” é o nosso lema e Cem Soldos dá pessoas. Não ficamos plantados.

9 – Pela criação de espaço público: defendemos um espaço público para todos. Aumentar o ego e o sentimento de pertença é essencial ao desenvolvimento humano e dos territórios. Criar espaços de encontro é criar espaço de partilha e de curiosidade sobre o outro. É urgente activar, programar e habitar a rua. Habitamos a rua.

10 – Pela cultura popular: defendemos a promoção da cultura popular. Queremos espaço para a cultura participativa, inclusiva e diversa. Uma cultura para todos e de todos. Defendemos um lugar artístico para a cultura popular e a sua devida apropriação pelas suas comunidades. A cultura sem dono.

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