Qu’ouves de Bruxelas: muita conversa, pouca acção

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Qu’ouves de Bruxelas: muita conversa, pouca acção

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Este será um espaço sensivelmente semanal que olhará para o trabalho do Parlamento, para os vários Estados-Membros, e para a relação da União com o Mundo, tentando contribuir para uma discussão informada e um voto esclarecido no dia 26 de Maio de 2019, data em que esta newsletter terminará.

Olá, e bem-vindos às Qu’ouves de Bruxelas, uma série de newsletters para acompanhar a campanha das Europeias 2019. Para subscrever e receberes no teu email, clica aqui

Este será um espaço sensivelmente semanal que olhará para o trabalho do Parlamento, para os vários Estados-Membros, e para a relação da União com o Mundo, tentando contribuir para uma discussão informada e um voto esclarecido no dia 26 de Maio de 2019, data em que esta newsletter terminará.

O trabalho do Parlamento

A passada semana de Plenário em Estrasburgo, envolta num misto de emoções positivas e negativas.

Pela positiva, medidas para defesa do ambiente. As metas de redução de emissão de gases com efeito de estufa por carros e carrinhas foram tornadas mais ambiciosas, e foram banidos, a partir de 2021, alguns artigos de plástico descartável, como talheres e copos e também as palhinhas.

Como curiosidade, uns tweets sobre a razão pela qual a União foi muito mais dura com os plásticos do que com as emissões de gases com efeito de estufa:

https://twitter.com/jfelixcardoso/status/1110278971864825862

A aprovação da nova Directiva de Direitos de Autor foi apoiada por 348 votos favoráveis e levou a melhor sobre a oposição generalizada a esta lei europeia. Há apoiantes muito vocais dos dois lados da barricada, mas este processo parece ser paradigmático da dificuldade em fazer-se ouvir a sociedade civil no processo de decisão do Parlamento. Este artigo da Vote Watch Europe é muito útil para saber mais sobre o processo e sobre os sentidos de voto. A proposta terá ainda de ser aprovada pelo Conselho da União Europeia.

Um quem é quem europeu?

Deixo-vos um perfil interessante e pouco conhecido dos bastidores de Bruxelas. Tecnocratas há em todos os projectos políticos. Tecnocratas com a qualidade de Sabine Weyand, infelizmente, nem por isso. Conheçam uma figura central das negociações do Brexit, que nos bastidores tem permitido minimizar os inultrapassáveis danos causados por todo o processo.

Os Estados-Membros e as eleições

Começamos por olhar para as sondagens, úteis para relativizar a derrocada iminente do projecto europeu que tanto se vê anunciada. Os três partidos que lideram as sondagens são os três grandes partidos europeus:

Certo é que as eleições serão muito disputadas e trarão resultados desconfortáveis para o projecto europeu em alguns dos grandes países (ex: França, Itália, Hungria, Polónia).

Um dos grandes medos da União Europeia é a susceptibilidade a campanhas de desinformação, sobretudo porque, como as eleições são pouco participadas, é fácil fazer grandes diferenças com pequenas mobilizações do eleitorado. Uma das medidas tomadas é o controlo apertado do Facebook e de outros gigantes digitais, e foi mesmo o Facebook que esta passada semana anunciou medidas para se auto-regular.

Faltam 2 meses. Como vai a discussão em Portugal? Foi o que tentei explicar neste artigo, no qual deixei também links para todos os programas e manifestos conhecidos até à data

Sobre Portugal, aconselho ainda a entrevista do Comissário Carlos Moedas ao Expresso, muito bem conduzida pela Cristina Peres, bem como um ponto de situação das eleições escrito por mim, onde podem encontrar todos os programas e manifestos eleitorais disponíveis à data.

Outras entrevistas importantes desta semana: Marisa Matias, Rui Tavares, Paulo Rangel, Ana Gomes (Forbes em papel), e Pedro Marques

Olhando à Europa, sugiro começarmos pela Roménia, onde o Governo se aventura no aprofundamento da corrupção, atacando Codruta Kovesi, uma ex-procuradora que lançou investigações a alguns negócios por parte do partido do governo. Kovesi é uma das favoritas ao recém-criado cargo de Procurador-Geral Europeu, como explica o João Diogo Barbosa neste texto do Shifter.

O Brexit, esse, está cada vez mais surreal, com uma semana pautada pelos “não”. Barnier, negociador-chefe da União Europeia, deixou antever possíveis saídas.

Por fim, umas leituras mais longas

O dia em que o Parlamento fez cair a Comissão, uma história minha para o ID-Europa que me parece importante para recordar o papel e a força do Parlamento Europeu.

Como o Reino-Unido perdeu a negociação do Brexit, pelo Politico.

70 anos da NATO, pelo Economist (paywall).

 

P.S. (no pun intended): parabéns ao João Albuquerque pela sua reeleição como líder da Juventude Socialista Europeia.

(Nota: esta é uma primeira edição piloto de Qu’ouves de Bruxelas. Se gostaram, subscrevam e partilhem com os vossos contactos. E, no dia 26 de Maio, votem.)

Índice

  • Jorge Félix Cardoso

    Estudante perpétuo, atualmente a completar o curso de Medicina na U.Porto e o mestrado em Filosofia Política na U.Minho. Apaixonado por perguntas e desconfiado das respostas. Ávido leitor, criador das newsletters "Qu'ouves de Bruxelas" e "Ementa do Jorge". Investigador do AI4Health, CINTESIS. Co-fundador do FÓRUM Diplomacia da Saúde. No Twitter em @jfelixcardoso.

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