Agent Unicorn: impresso em 3D para ajudar crianças com Défice de Atenção e Hiperatividade

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Agent Unicorn: impresso em 3D para ajudar crianças com Défice de Atenção e Hiperatividade

Agent Unicorn é uma forma de tornar o tratamento de crianças com TDAH mais preciso, tentando reduzir o recurso a medicamentos.

Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é perturbação do neurodesenvolvimento, que está relacionado com funções cerebrais e cognitivas. Quando tomamos uma decisão baseada num estímulo externo, uma onda de atividade viaja no nosso cérebro, a onda P300 e embora os cientistas ainda não saibam totalmente como esta funciona, acreditam que o défice de atenção destas crianças se deve a um atraso nesta transmissão.

Atualmente, os médicos medem a atividade cerebral das P300 em crianças conectando-as a uma grande máquina através de 64 elétrodos colocados na cabeça. De acordo com o FastCompany, esta análise para além de não ser a mais precisa (por medir apenas as ondas cerebrais), é assustadora para as crianças pelo número de elétrodos e custosa para os pais — chegando até aos 9 mil dólares.

Agent Unicorn é um dispositivo inventado pela designer holandesa Anouk Wipprecht que procura alterar este cenário. A peça é, tal como o nome indica, inspirada no animal mítico que habita o imaginário de tantas crianças, sendo composto por uma peça única com forma de chifre no topo e uma base com electródos. Para além de tornar o exame mais amigável, esta peça permite ainda a acoplação de uma câmara de 8 megapixeis que pode gravar vídeo da perspetiva da criança para mais tarde ser analisado em conjunto com os resultados da atividade cerebral.

A estrutura é impressa em 3d e a câmara e o EEG estão conectados a um computador Raspberry Pi Zero, que assim que deteta a onda P300, grava os dados do EEG e emparelha com um vídeo do que a criança estava a ver antes e depois da P300. Este método é especialmente interessante porque pode permitir novas abordagens terapeuticas como a minimização de determinados estímulos que através do cruzamento entre EEG e vídeo se percebam estar a provocar a alteração no comportamento do paciente.

Wipprecht, interessou-se pelo EEG como forma de medir a atividade cerebral durante uma residência criativa no Ars Eletronica Futurelab em Linz, na Áustria, ao abrigo do Sparks, um projecto financiado pela Comissão Europeia. Com isto, acabou por trabalhar em conjunto com Christoph Guger, fundador da G.tec, produtor de equipamentos EEG, para desenvolver o Agent Unicorn que se encontra ainda em fase beta.

O dispostivo na sua configuração total ainda não está disponível mas a versão de testes revela como pode ficar mais em conta o tratamento. A versão simplificada ainda sem a câmara custa cerca de 900€.

Este tipo de soluções têm ainda outra vantagem potencial em evidência: ao criar instrumentos médicos possíveis de imprimir em 3D e de replicar com recurso a hardware acessível, como o Raspberry Pi, pode abrir-se a porta a uma fabricação mais barata destes instrumentos e que pode, caso as licenças permitam, chegar de um modo mais simples e barato a qualquer parte do mundo.

 

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