Indústria petrolífera diz que activistas do clima são a maior ameaça; Activistas agradecem o elogio

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Foto de Marco Merlini/CGIL via Flickr

Indústria petrolífera diz que activistas do clima são a maior ameaça; Activistas agradecem o elogio

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Apesar de o secretário-geral da OPEC ter acusado os activistas de enganar as pessoas com argumentos não científicos, os seus comentários foram bem recebidos pelos manifestantes pelo clima, que acham que a indústria petrolífera está preocupada porque pode perder a batalha da opinião pública.

Num encontro em Viena, na Áustria, na semana passada, Mohammed Barkindo, o secretário-geral da OPEC, que representa os países exportadores de petróleo, considerou os activistas pelas alterações climáticas “talvez a maior ameaça à nossa indústria daqui para a frente”.

Citado pela agência noticiosa AFP, Mohammed falou ainda numa “crescente mobilização de massa da opinião mundial contra o petróleo” e disse que “a sociedade civil está sendo enganada para acreditar que o petróleo é a causa da mudança climática”.

No seu discurso, o líder da OPEC considera que a mobilização de activistas contra o petróleo “está a começar a ditar políticas e decisões corporativas, incluindo investimentos na indústria” e desvalorizou algumas dessas iniciativas, dizendo que as crianças que lhes perguntam sobre o seu futuro à porta da sede da OPEC apenas o fazem porque os seus pares estão a fazê-lo. “Acreditamos que esta indústria é parte da solução para o flagelo das alterações climáticas”, referiu, sem elaborar, Mohammed Barkindo.

Mohammed Barkindo (foto de Archivo Medios Públicos EP via Flickr)

Apesar de o secretário-geral da OPEC ter acusado os activistas de enganar as pessoas com argumentos não científicos, os seus comentários foram bem recebidos pelos manifestantes pelo clima, que acham que a indústria petrolífera está preocupada porque pode perder a batalha da opinião pública. “Obrigado! O maior elogio até agora!”, tweetou Greta Thunberg, a miúda sueca de 16 anos por detrás do movimento ‘Fridays For Future’, em que convida estudantes a saírem à rua às sextas.

“Brilhante! É a prova de que estamos a ter um impacto e tenham a certeza de que não vamos parar”, disse Holly Gillibrand, citada pelo The Guardian, uma das primeiras estudantes no Reino Unido a juntar-se às greves pelas alterações climáticas.

A OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries) é constituída por 14 países, que detém 80% das reservas provadas de petróleo do mundo, e está a planear expandir a produção do ‘óleo precioso’. Isto apesar dos alertas de cientistas e activistas sobre o aquecimento do planeta e do Acordo de Paris celebrado em 2015. As companhias de seguro, que têm mais a perder com tempestades, inundações, incêndios e outras condições meteorológicas extremas, estão cada vez mais a desinvestir nos combustíveis fósseis.

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