A rapper que criou um clube de leitura para destacar escritores de comunidades marginalizadas

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A rapper que criou um clube de leitura para destacar escritores de comunidades marginalizadas

Noname é uma estrela-chave na cena musical de Chicago que mistura e alterna entre poesia e rap, música e a caneta — um mundo que inclui artistas como Jamila Woods, Chance the Rapper, Saba e muito mais. O seu clube do livro baseia-se na sua paixão profunda por livros, que terá crescido muito por influência da sua mãe, Desiree Sanders, que foi a primeira mulher negra em Chicago dona de uma livraria.

Como tantas histórias hoje em dia, tudo começou como um tweet: Noname postou sobre a sua leitura do livro Jackson Rising: The Struggle for Economic Democracy and Black Self-determination in Jackson, Mississippi, de Kali Akuno e Ajamu Nangwaya, e um seguidor respondeu que estava a ler a mesma obra, se podiam partilhar notas e ideias. Curiosa com a reação, Noname perguntou publicamente: quem estaria interessado na criação de um clube do livro?

E depressa o que começou como um tweet espontâneo se transformou num verdadeiro apelo à acção: o clube do livro tornou-se um projeto oficial em Agosto, com suas próprias contas em redes sociais e um site com um fórum para os membros do clube discutirem as leituras de cada mês. Chama-se Noname’s Book Club — Reading material for the homies e tem sido um verdadeiro sucesso, com merchadising próprio e uma onde de fãs que não pára de crescer. A conta de Instagram, por exemplo, já acumulou mais de 26 mil seguidores e o Twitter conta com cerca de 44 mil.

https://twitter.com/noname/status/1150455241604644865

O clube em si funciona de forma bastante simples: o objectivo da rapper de Chicago é destacar o trabalho progressivo de escritores de comunidades marginalizadas que abordem esses temas, sejam escritores negros ou LGBTQ. O clube apresentará dois livros por mês, um de não-ficção, mais informativo e outro mais criativo.

Quem conhece o trabalho de Noname, sabe que este projecto não é assim tão estranho na sua vida. A rapper, produtora e poeta de Bronzeville, Chicago, começou na cena da poetry slam – um poetry slam é um formato de evento onde os poetas se apresentam dentro de certas regras e restrições, havendo um vencedor escolhido normalmente por um grupo aleatório de jurados. Após participações em faixas de artistas como Chance the Rapper, Nico Segal ou Social Experiment, Noname entrou no mundo do rap com sua mixtape de 2016, Telefone. O seu álbum de estreia, Room 25, foi lançado há precisamente um ano e já no início de 2019, a artista lançou duas novas músicas “Song 31” e “Song 32”.

Noname é uma estrela-chave na cena musical de Chicago que mistura e alterna entre poesia e rap, música e a caneta um mundo que inclui artistas como Jamila Woods, Chance the Rapper, Saba e muito mais. O seu clube do livro baseia-se na sua paixão profunda por livros, que terá crescido muito por influência da sua mãe, Desiree Sanders, que foi a primeira mulher negra em Chicago dona de uma livraria. Tal como postou no Twitter, Noname quer que o clube continue esse legado.

Noname esforçou-se por garantir que os membros do seu clube do livro utilizam os seus cartões de biblioteca ou apps conectados a bibliotecas locais para encontrar os seus livros ou que os comprassem em livrarias independentes. Ela tem também organizado reuniões para membros do clube e planeia gravar podcasts com resumos das discussões em torno de cada livro.

Os livros para Outubro já estão escolhidos e contaram com a curadoria especial do também rapper Earl Sweatshirt, numa rubrica a que Noname chamou “Let The Homie Pick”, onde outros artistas serão chamados a escolher os livros em destaque.

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  • Rita Pinto

    A Rita Pinto é Editora-Chefe do Shifter. Estudou Jornalismo, Comunicação, Televisão e Cinema e está no Shifter desde o primeiro dia - passou pela SIC, pela Austrália, mas nunca se foi embora de verdade. Ajuda a pôr os pontos nos is e escreve sobre o mundo, sobretudo cultura e política.

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