A história do novo logo do FACEBOOK

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A história do novo logo do FACEBOOK

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Era preciso distinguir o Facebook-empresa do Facebook-rede social.

Na semana passada, o Facebook anunciou uma nova imagem corporativa, para melhor distinguir o FACEBOOK-empresa do Facebook-rede social. Vários internautas decidiram ridicularizar o desenho do novo logo ou a nova assinatura ‘from Facebook’, mas, piadas à parte, a nova imagem do Facebook-empresa tem uma história por detrás e é importante.

O Facebook em 2019 é muito diferente do Facebook em 2004, quando foi fundado. É hoje um gigante aglomerado de diferentes serviços ou apps: o Facebook integra não só o Facebook-rede social, como a rede social Instagram, as apps de chat Messenger e WhatsApp, e a plataforma de VR Oculus. “Muitas pessoas não sabem que nós fazemos estes produtos ou que as nossas equipas muitas vezes trabalham em conjunto”, escreveu Mark Zuckerberg, CEO do Facebook-empresa. “Mas acreditamos que as pessoas devem sabê-lo, porque é importante que as pessoas saibam quem está por detrás dos produtos que elas usam.”

Nesse sentido, em Agosto o Facebook decidiu adicionar às app Instagram e WhatsApp a assinatura ‘from Facebook’ nas janelas de login/registo e nas páginas de definições, por exemplo. O novo logo empresarial do Facebook vem solidificar esse investimento em transparência; afinal de contas, era preciso distinguir o Facebook-empresa do Facebook-rede social.

Assim, se o logótipo na app Facebook se mantém inalterado, agora a Facebook Inc. ganha uma imagem diferente: letras maiúsculas a dizer ‘FACEBOOK’, uma tipografia personalizada e um gradientes de cores que, em contexto, irão identificar cada produto (cinzento é a cor padrão, azul para o Facebook, azul mais claro para o Messenger, um gradiente quente para o Instagram, verde para o WhatsApp e preto para o Oculus).

O novo logo corporativo do Facebook vai passar a aparecer nas diferentes aplicações e produtos da empresa, juntamente com a assinatura ‘from Facebook’. Além das apps Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp, o universo Facebook é composto pela divisão de VR Oculus, pela plataforma empresarial Workplace (é um concorrente ao Slack), pela carteira digital Calibra e pelas câmaras Portal.

De acordo com um inquérito realizado em 2018, 57% dos norte-americanos não sabiam que o Instagram era detido pelo Facebook, e outro inquérito indicou que 50% não sabia o mesmo em relação ao WhatsApp. Por isso, parece ser uma boa política o Facebook lançar este logo empresarial e a assinatura ‘from Facebook’. A empresa de Zuckerberg irá lançar gradualmente a nova marca nos seus diferentes produtos e materiais de marketing, incluindo um novo site de empresa.

O investimento do Facebook numa imagem corporativa, diferente da imagem da rede social, é semelhante à história da Alphabet e da Google. Em 2015, a Google anunciou que passaria a ter uma nova empresa-mãe, a Alphabet, e que a Google seria apenas um braço dessa empresa-mãe; as até então subsidiárias da Google, como a Waymo, a DoubleClick, a Jigsaw ou a GV, passaram a ser subsidiárias da Alphabet.

Antonio Lucio, director de marketing da FACEBOOK, disse à Bloomberg que esteve em consideração mudar o nome da empresa, mas que se decidiu manter porque o Facebook não queria esconder-se dos seus problemas.

De qualquer modo, a FACEBOOK poderá ganhar com uma associação mais evidente a marcas menos polémicas como o Instagram e WhatsApp; por outro lado, Instagram e WhatsApp também são produtos populares, nem sempre usados por quem usa o Facebook, pelo que poderá haver aqui algum ganho em termos de notoriedade de marca. Segundo o BuzzFeed News, o lançamento da imagem corporativa pode também ajudar a FACEBOOK a evitar que reguladores o partam ao meio ou que voltem a ser multados por não catalogar visivelmente a propriedade das várias aplicações.

Enquanto isso, o CEO do Twitter decidiu brincar com o Facebook, salientando ao mesmo tempo e num tweet muito simples que o Twitter é só um produto e que é detido pelo Twitter – algo que sublinha a diferença entre o autêntico império criado por Zuckerberg e a rede social ainda de nicho do passarinho azul.

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