Os livros que vamos voltar a ler nos anos 20

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Os livros que vamos voltar a ler nos anos 20

As perguntas eram tantas que o Shifter decidiu não escolher o melhor da década. Procurámos antes seleccionar aquilo que, criado na década que agora acaba, vale a pena ser revisitado na próxima.

Escolher os melhores da década é uma actividade ingrata. Quem decide o que é melhor? Que critérios fazem de uma obra melhor que outra? A popularidade na crítica? Entre o público? E como lidar com as limitações da memória humana? Sim, com o facto de mais facilmente nos lembrarmos daquilo que ouvimos ontem do que do filme que há oito ou nove anos nos marcou?

As perguntas eram tantas que o Shifter decidiu não escolher o melhor da década. Procurámos antes seleccionar aquilo que, criado na década que agora acaba, vale a pena ser revisitado na próxima. Queremos que entres nos novos anos 20 com uma lista de bons discos, livros, filmes, docs e séries que merecem ser vistos e revistos e que achamos que continuarão a representar muito para o mundo nas décadas que se seguirão.


Thinking, Fast and Slow – Daniel Kahneman

Por João Gabriel Ribeiro

Editado em 2011 e obra do Nobel da Economia Daniel Kahneman, o livro Thinking, Fast and Slow é uma espécie de antologia sobre o trabalho de pesquisa feito pelo autor em colaboração com Amos Tversky, na área da psicologia. É uma obra complexa e extensa, na intercepção entre um trabalho académico e um livro acessível. Kahneman começa sempre por explicar as bases da sua pesquisa, para por fim tentar traduzir as conclusões por palavras simples para que qualquer leitor possa entender. Ainda assim, não é um livro propriamente fácil mas é tremendamente elucidativo.

Nele, Kahneman explica as bases da economia comportamental e as vias por que o nosso cérebro tantas vezes nos engana, bem como, a razão pela qual decidimos como decidimos, a forma como somos induzidos ou até, porque é tão mentalmente cansativo privarmo-nos de fazer algo de que gostamos. É sem dúvida um livro carregado de conhecimento que lentamente será assimilado pela sociedade, com alguns ensinamentos que merecem sair do curto espectro daqueles que colaboram directamente com Kahneman e ser aplicados amplamente em sociedade. Por decisões mais racionais e mentes mais expeditas.

New Dark Age – James Bridle

Por João Gabriel Ribeiro

New Dark Age é, se quisermos, uma antologia sobre os nossos tempos. Escrito pelo artista James Bridle o livro propõe-nos uma visão um tanto pessimista sobre o advento da tecnologia. Não de um modo triste ou apocalíptico mas de um modo céptico e propositadamente reflexivo. Bridle conduz-nos por uma série de temas e exemplos para mostrar como, no seu entendimento, a era da informação em vez de tornar tudo mais claro e transparente nos conduziu de novo até novos tempos de obscuridade. 

Fugindo à habitual linguagem com que se fala de tecnologia promovendo uma visão simplista e ilusória dos seus efeitos, Bridle traça uma cronologia desde a invenção do primeiro computador pessoal até aos últimos avanços da inteligência artificial, expondo como, contrariamente ao publicitado, a tecnologia não só não resolveu todos os problemas que tentou abordar como até pode ter perpetuado alguns. Bridle mostra-nos na extensa demonstração que a tecnologia facilmente nos afasta os problemas do campo de visão, propondo novas perspectivas e conduzindo à criação de bolhas de percepção que nos limitam altamente — como o autor escreve frequentemente, podemos resumir a ideia do livro na lapidar frase ‘estamos todos a olhar para o mesmo e a ver coisas completamente diferentes’.

21 Lessons For The XXI Century – Yuval Noah Harari

Por Pedro Caldeira

É discutível afirmar que o século XXI está a ser dos séculos mais complicados desde o início da história mundial. A diferença entre classes sociais não pára de aumentar, guerras e ataques terroristas continuam a acontecer com uma frequência assustadora, o estado do ambiente é crítico e continua a ser alvo de muitos debates e, por último, o grande bicho papão que anda pelas bocas de toda a gente, a inteligência artificial, continua a crescer a um ritmo alucinante.

Com uma escrita simples e muito directa, Harari apresenta-nos estes temas e muitos outros, mas em vez de simplesmente apresentá-los como problemas, tenta de alguma forma apresentar breves soluções ou pequenos passos que podemos tomar em direcção a um mundo melhor. É um livro assustador por ser extremamente actual e real, mas é uma boa leitura para ganharmos uma percepção mais ampla daquilo que é viver no século XXI e os obstáculos que não param de se meter no caminho do nosso desenvolvimento.

The Circle – Dave Eggers

Por Pedro Caldeira

The Circle é uma distopia escrita por Dave Eggers e lançada no ano de 2013. A história passa-se num futuro não muito longínquo e acompanha uma porção da vida de Mae Holland, que consegue empregar-se na empresa tecnológica mais popular da sua actualidade, The Circle. Inicialmente a empresa parece ser uma simples empresa de tecnologia, mas depressa percebemos que é na verdade um gigante tecnológico com intenções discutíveis. Digo discutíveis, porque, na verdade, a opinião que formamos desta empresa é pessoal e depende da nossa perceção do que é eticamente correto.

O livro é incrível porque foi escrito precisamente durante a década em que empresas da área da informática (como o Facebook, por exemplo) não param de crescer e não param de ganhar mais poder sobre aquilo que sabem sobre nós e sobre o que fazem com esses dados. O livro retrata uma realidade distópica, mas se o lermos com atenção, percebemos que pode não ser tão distópico como possamos pensar, o que é realmente assustador. Se puderem, leiam mesmo o livro porque o filme fica muito aquém do que o livro consegue retratar.

Soumission – Michel Houellebecq

Por Edgar Almeida

A arte escreve direito por linhas tortas, dando espaço para múltiplas interpretações, por vezes de má-fé, que tornam certas obras tão controversas que podem atingir o estatuto de malditas.

Michel Houellebecq é um escritor que não cede um milímetro, ao expor nos seus romances a sua visão pessimista e decadente do Homem e da sociedade em que habita. Em Soumission, Houellebecq trilha caminhos perigosos colocando a acção numa espécie de futuro distópico em que a Europa se transforma a passos largos num califado islâmico, o que para muitos leitores se tornou um livro racista e para outros uma espécie de profecia. Este cenário central provocatório é essencial para a história, mas este livro não é um guia político, nem um escrito de Nostradamus. É uma obra que procura agitar os desencantados e perturbar os ingénuos, através de uma crítica às instituições tradicionais, cada vez mais menosprezadas e menos influentes; num mundo em que se é empurrado para o hedonismo a todo o instante, enfraquecendo os laços interpessoais, que podem criar algo maior que o indivíduo, levando ao desaparecimento de convicções e cedência do destino geral e consequente liberdade ao primeiro que se preocupar com isso – só pela necessidade de pertencer a algo sem se fazer nada por isso.

Nervous States: How Feeling Conquered the World – William Davies

Por Daniel Hoesen

Este livro saiu já no final da década mas veio para fazer sentido ao barulho e turbulência com que vinha vivendo a minha aventura nas Terras de Sua Majestade – f#@k me, também já cá estou há 10 anos – mas está claro que é aplicável a toda cacofonia sentida no Ocidente, desde da Hungria à América, passando pela Polónia e a França.

É um livro ambicioso e fascinante que visa compreender a convulsão política, social e cultural da última década, estabelecendo uma conexão entre o estado político (o governo, o povo, a sociabilidade, a cultura, etc.) e o estado de espírito (o corpo, as dores, as emoções, a liberdade, o propósito, etc.). Davies relaciona realidades contemporâneas (fake news, death of expertise, etc.) com a evolução das mesmas desde os tempos do Iluminismo (da razão, das estatísticas, da scientific research, etc.) – contextualizando, entre outras coisas, o Antropoceno, o Imperialismo e a cyber warfare – para explicar que o Estado, hoje, não consegue garantir o que o Indivíduo expecta, pois as suas necessidades ultrapassam limitações económicas e filosóficas. TLDR; inventamos a expertise no século XVII para controlar disputas violentas (pensem religião vs. ciência), separamos a verdade da emoção, estabelecemos factos e consensos, encontramos paz, política e democracia… depois aconteceu o Facebook e toda a vivalma disse #chegaargh!!!

De escrita provocadora e original e de leitura melódica, isto é, os capítulos lêem-se que nem faixas, percebemo-las mas voltamos a reler, e os hooks, as conclusões passam a ser bitaites que temos sempre à mão. Sem dúvida, uma tentativa empática de explicar as ansiedades pós-globalização, dos vários lados da barricada (investido vs. desinvestido, saudável vs doente, educado vs sem instrução, urbano vs. rural, etc.), que criaram um mundo onde a lógica e o facto perdem ‘tempo de antena’ para as emoções (particularmente o medo e ansiedade), daí Nervous States tanto para o Indivíduo (corpo) como para o Estado (corpo politik).

Brand New: The Shape of Brands to Come – Wally Olins

Por Daniel Hoesen

Tinha eu acabado o mestrado e o Nerve matado o meu sonho de mudar o mundo, quando a lenda viva (naquela altura – hoje já cá não está, RIP), voltou a dar asas à minha vontade de conhecer, perceber, fazer e partilhar.

Opinado e persuasivo como lhe era característico – on-brand 😉 –, Olins escreve não como um funcionário do mundo das corporações, mas como um de nós, consumidor participante do mundo globalizado e do sistema capitalista, perspectivando the good, the bad and the ugly. A cena dele foi sempre a de dar uma de quasi-antropologia. Faz perguntas – boas, más e principalmente estúpidas, estas últimas as mais importantes e reveladoras –, ao mesmo tempo que tenta responder-lhes, umas vezes instintivamente, outras logicamente, outras blablabla… mas sempre sagaz, sempre provocador, sempre intelectual, sempre direccional, sempre possibilista. Mesmo fora de tópico, ele poetiza a nossa relação com o mundo, com boas estórias e dilemas que nos dão crédito e inspiração para actuar.

Na altura não se sabia, mas este acabou por ser o último livro do mestre original do branding moderno e lê-se quase como uma colectânea de opiniões formadas ao longo de uma carreira e legado frutuoso (este amigo é responsável também por grande parte da estratégia da marca Portugal), que nos deixa uma sensação palpável de ‘últimas palavras’, ao estilo do MTV Unplugged dos Nirvana.

É, na verdade, uma visão pessoal do futuro das marcas, num mundo globalizado em que multinacionais e corporações continuam a crescer, mas que consigo abre oportunidades para marcas locais, autênticas e nicho (pensem local media ou craft beer). Não esperem branding gospel, este livro não é um guião, nem uma receita, nem um how-to para branding moderno, é sim um adeus-goodbye-auf wiedersehen de uma mente brilhante que desenhou grande parte do que consumimos ontem, hoje e amanhã – e que reforça o velho adágio que marcas não são logos, o logo é só e meramente um asterisco do produto, do serviço, da ideia, do sítio, do feeling que queremos subscrever.

Economics After Capitalism: A Guide to the Ruins and a Road to the Future – Derek Wall

Por João Gabriel Ribeiro

Escrito por um dos membros do Green Party of England and Wales, Derek Wall, este pequeno livro editado pela Pluto Press disseca de uma forma simples e muito elucidativa as várias correntes da esquerda contemporânea, tentando perspectivar os vários caminhos do mundo numa era pós-capitalista. Não cai no tom panfletário ou sequer simplista crítico do sistema vigente, em vez disso, oferece uma leitura sóbria com alguma contextualização histórica sobre diversas correntes da esquerda contemporânea, mostrando as nuances que existem num sector muitas vezes pintado como monolítico, activista e sem argumentos.

No livro, Derek Wall, cita várias figuras centrais da história da esquerda, desde George Soros, Joseph Stiglitz, passando por Pikety até Naomi Klein, para estabelecer o argumento central de que há uma mudança possível e que não tem de ser necessariamente desordenada e catastrófica como tanta teoria da conspiração anti-progressista comumente profecia.

The Internet Does Not Exist – E-flux

Por João Gabriel Ribeiro

Este livro é um conjunto de ensaios e entrevistas, originalmente publicados no jornal E-flux que parte da ideia do título, de que a Internet realmente não existe, para desmistificar aquilo que nos rodeia. A ideia central é a de que imersos num mundo com tanta conexão, perdemos a capacidade de ver o que é a internet, quais as relações a que ela deu lugar, o que mudou, o que moldou.

Com contribuições de alguns dos pensadores contemporâneos mais relevantes em diversas áreas como Franco “Bifo” Berardi, Bruno Latour, Hans Ulrich Obrist, Keller Easterling ou o colectivo de artistas Metahaven, o livro oferece-nos um conjunto diverso de textos que procuram re-contextualizar a forma como olhamos para a internet, não como algo isolado mas como parte integrante e modificadora das nossas vidas, com um peso político, com uma capacidade de modulação das relações sociais, mais do que com todas as simples vantagens que habitualmente descrevemos.

Trouble In Paradise – Slavoj Zizek

Por João Gabriel Ribeiro

Goste-se ou não da personagem, Slavoj Zizek é um dos pensadores contemporâneos mais descomprometidos e que não deve ser desprezado apenas porque se tornou mais popular que as suas próprias ideias. Como provou no combate intelectual contra Jordan Peterson, Zizek não é um filósofo superficial como tantas vezes é retratado. Trouble In Paradise (ou Problemas no Paraíso) é um excelente exemplar disso.

É uma crítica ao paraíso capitalista com frequentes analogias ao inverso comunista. Slavoj estabelece de uma forma extensa uma comparação entre os dois sistemas, estabelecendo como crítica central o carácter estático e imutável que o capitalismo assumiu, que o permite ser assimilado até por regimes tradicionalmente conhecidos por comunistas como o Chinês. Traçando comparações curiosas como entre a propaganda comunista e o Gagnam Style, Zizek evidencia como o sistema capitalista se tornou monolítico e imersivo demais para que se conceptualizem as alternativas dentro ou fora do próprio sistema.

Bullshit Jobs – David Graeber

Por Mário Rui André

A maior parte do tempo em que estamos acordados passamo-lo a trabalhar: geralmente oito horas por dia, cinco dias por semana; com direito a uma hora de almoço e a pouco mais que 20 dias de férias por ano. Muitas vezes são trabalhos de que nem gostamos ou que sentimos que não acrescentam valor ao nosso mundo, mas que nos permitem meter comida na mesa. É isso: trabalhar para sobreviver, e não trabalhar por prazer. Bullshit Jobs é um livro importante; trata-se de um ensaio da autoria de David Graeber, antropólogo londrino, em que este analisa uma sociedade embrulhada em ‘trabalhos de merda’. Segundo a definição do próprio:

“Um ‘trabalho de merda’ é uma forma de emprego remunerado que é tão completamente inútil, desnecessário ou pernicioso que inclusive o empregado não consegue justificar a sua existência, apesar de, como parte das condições de emprego, o empregado se sente obrigado a fingir que este não é o caso.”

Bullshit Jobs é um livro que nos pode colocar a olhar de forma diferente para o mercado de trabalho; porque é que os empregos inúteis e desnecessários existem e o que podemos fazer quanto a isso; porque é que o mundo capitalista nos tornou mais escravos do trabalho em vez de nos libertar. Bullshit Jobs surgiu depois de um ensaio que David Graeber publicou em 2013. É um livro importante.

Utopia for Realists: And How We Can Get There – Rutger Bregman

Por Daniel Hoesen

Este livro, do historiador holandês que ainda este ano estragou a festa em Davos, concentra-se, mais coisa menos coisa, nisto: Universal Basic Income, Fronteiras Abertas e Semanas Laborais de 15 horas. Sim, com estes três ingredientes na capa estamos certos de perder parte da audiência… parece isto a receita para o paraíso da Metropolitan Liberal Elite.

Mas Rutger apressa-se a mantê-los agarrados à narrativa, navegando a história da economia moderna, deixando para trás as velhas retóricas da esquerda-direita e do conservadorismo-liberalismo, e introduzindo ideias cujo tempo chegou, tudo para nos lembrar da definição da palavra utopia, o que significa e quais as que já consumamos.

Ora vejam se não são visões utópicas que avançam a humanidade, visões que antes de se materializam em direitos modernos eram altamente divisivas e controvérsias, para alguns até inovações abomináveis – pensem (a) abolição da escravidão, (b) emancipação da Mulher e (c) discriminalização da homossexualidade. E, sim, utopias se as conseguimos discutir, vemo-las, são palpáveis, são o amanhã, é só querermos.

Tanto o Steven Pinker como o Thomas Piketty aprovam o livro e as suas ideias, o último chegou mesmo a dizer que se conseguíssemos que pessoas suficientes o lessem, o mundo começaria a se tornar um lugar melhor. Eu sou da opinião que, com todos os seus defeitos e virtudes, convicções e ingenuidades, é uma excelente articulação dos desejos e sonhos de grande parte das novas gerações (há quem lhe chame millennial socialism), e da sobriedade e sentido de comunidade que o mundo globalizado precisa.

Mesmo que não papem nada disto, leiam o livro enquanto um manifesto ao sonho. Encorajem-se (como diz o Rutger) a ‘sonhar seriamente’ e pensem, tentem, experimentem melhor – ideias precisam-se!

Factfulness – Hans Rosling

Por Marco Costas

Hans Rosling, usou os números a seu favor e, através de uma análise e tratamento de dados sobre diversos temas (terrorismo, fome, mortes prematuras, etc), escreveu Factfulness, onde se comprometeu a desvendar alguns dos preconceitos (errados) que ainda existem sobre o mundo em que vivemos, e explica como a humanidade está a caminhar, de forma exponencial, num sentido positivo. Não só no seu livro mas também no site gapminder.com, Hans Rosling, disponibiliza gráficos interactivos que possibilitam uma leitura fácil de dados bastante complexos.

Mais do que os próprios dados em si, um dos motivos para Factulness ser um dos livros da década, é o facto (assustador), de ter demonstrado o quão longe da realidade a maioria da população está – através de generalizações e opiniões ou factos antigos que carecem de ser actualizados –, e como isso pode muitas vezes comprometer populações.

A importância de levar este tipo de informação (e forma de pensar), aos futuros lideres da nossa sociedade, levou Bill Gates a oferecer uma cópia a todos os alunos americanos finalistas do liceu e faculdade em 2018.

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