Uma nova geração de jogadores reinventou a forma de segurar no comando

Imagem via Youtube Modificada (https://www.youtube.com/watch?v=uvU3PtAaMQw)

Uma nova geração de jogadores reinventou a forma de segurar no comando

A tua performance e conforto dependem muito da forma como pegas no rato ou no comando enquanto jogas; nós damos uma mãozinha.

A forma como seguras no rato ou no comando pode determinar a tua performance na hora de disputar aquela Victory Royale. Hoje em dia existe uma panóplia de ratos e comandos optimizados para os vários tipos de grip (pega) dos jogadores, mas de todas, a claw grip é sem dúvida a que mais nos fascina pelo factor novidade.

Atendendo à fluidez de movimentos que é cada vez mais necessária para se jogar jogos com um ritmo mais acelerado, como é o caso dos first person shooters (FPS), a escolha óbvia é rato e teclado. Contudo, o claw grip de comando é uma tendência em crescente popularidade e que aumenta exponencialmente a rapidez com que são executadas tarefas nos comandos. Se procurares vídeos de jogos FPS por exemplo, existem alguns jogadores (sendo o mais popular utilizadores desta técnica o Faze Sway), que têm uma câmara apontada para o seu comando e a tua primeira ideia será provavelmente a mesma que a nossa: como é que o comando não lhe salta das mãos?

Este tipo de grip consiste em utilizar praticamente todos os dedos para executar o maior número de tarefas possíveis no comando. À semelhança dos teclados de gaming, os comandos das consolas não padecem de ghosting, pelo que podem ser pressionados diversos botões ao mesmo tempo. Nisto o panorama tende a ser o seguinte: polegares controlam movimentos de personagem e de câmara (nos thumb sticks); indicadores pressionam botões da face do comando; anelares e médios pressionam gatilhos traseiros do comando; mindinhos, responsáveis por cerca de 50% da força da mão, seguram no comando.

Perceber como funciona o claw grip de comando não é tão complicado como dominar a técnica – acredita, nós já tentámos e sem sucesso – e o ponto menos favorável desta forma de segurar no comando é sem dúvida a posição das mãos, pois os comandos não estão optimizados para este tipo de pega, tornando a sua ergonomia incompatível e potencialmente nociva para os nervos e tendões das mãos. Porém, existe solução para os que querem melhorar a sua performance sem ter de recorrer a este estilo pouco ortodoxo de segurar no comando. Falamos dos comandos da Scuff, que são comandos com gatilhos adicionais na parte traseira do comando e que podem ser facilmente acedidos pelos médios e anelares, invertendo-se assim as funções destes com as dos indicadores do claw grip.

Os gatilhos adicionais podem ser personalizados consoante as preferências de cada jogador, funcionalidade essa que acarta o seu devido custo com versões que podem bem ascender aos 200€. Os comandos Scuff surgem da mesma forma como surgiram os vários tipos de rato que temos hoje em dia: com os videojogos a requererem cada vez mais e melhor performance física por parte dos jogadores, que por sua vez necessitam de periféricos que potenciem essa performance.

No campo dos ratos, por outro lado, também existem 3 tipos de grip, desenvolvidos um pouco à boleia do mesmo advento dos videojogos: o palm grip, o tip grip e o mais exclusivo na comunidade gaming, o claw grip.

Palm grip

O palm grip é o mais comum dos três e pressupõe uma forma mais relaxada de segurar no rato, uma vez que quase toda a face da mão entra em contacto com a superfície do rato, que por sua vez tende a ser mais largo e comprido e com uma curvatura mais íngreme na zona onde assenta a palma da mão.

Como o palm grip é mais focado no conforto, os movimentos tanto do braço como do pulso serão mais lentos, pelo que não será o tipo ideal para jogos mais fluídos e que requerem uma maior rapidez de movimentos repentinos, como é o caso dos first person shooters. Proporciona contudo um movimento mais delicado e preciso, ideal para jogos de aventura point-and-click, como a série Monkey Island ou, no caso do mercado português, As Interactivas Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy.

Fingertip grip

Dos três tipos de, o fingertip grip ou tip grip é talvez o mais radical, com o mínimo contacto possível entre o rato e a mão. O rato é basicamente controlado somente com as pontas dos dedos, o que garante movimentos rapidíssimos e com o menor constrangimento possível do pulso. Tudo no tip grip gira à volta de rapidez, sendo o extremo oposto do palm grip.

Quando olhamos para o tipo de rato compatível com este tipo de pega, estamos a olhar para ratos leves, rasos e geralmente mais pequenos que os restantes. 

Claw Grip

Por fim chegamos ao claw grip, que é o tipo de pega que está em fase crescente de popularidade e muito utilizado por jogadores de Mobas (Multiplayer Online Battle Arena) ou de RTS (Estratégia em Tempo Real). 

Neste tipo, a mão assenta sobre o fundo do rato com a base da palma da mão e com os dedos em arco, de forma a simular uma espécie de garra. Os ratos ideais para este tipo de pega são normalmente pequenos, com uma curvatura menos íngreme que permite movimentos mais ágeis. 

Se olharmos para o palm grip e com o tip grip, o claw grip permite, comparando com o primeiro, uma maior fluidez de movimentos repentinos e, comparando com o segundo, um maior controlo com movimentos rápidos do pulso. 

 

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  • Daniel Silva

    Frequentou a Universidade de Coimbra onde concluiu o Mestrado de Estudos Europeus e ganhou o bichinho da investigação e consolidou o vício da escrita. Posteriormente decidiu complementar os estudos em Aveiro, com o Mestrado de Marketing, área do qual já fora profissional numa multinacional e que agora trabalho como freelancer, onde procura ajudar as PMEs a contar as suas histórias e a crescer no mundo digital. Para além de perder imensas horas de sono a jogar, gosta ainda de escrever e tagarelar sobre cinema, videojogos e ocasionalmente política.

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