Teen Dream: o salto dos Beach House foi há 10 anos

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Via Youtube/Sub Pop

Teen Dream: o salto dos Beach House foi há 10 anos

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Não dá para dizer que é o melhor disco dos Beach House, mas é o terceiro grande disco seguido dos Beach House.

O rock da primeira década do século XXI mostrou uma tendência para as bandas criarem dois discos sonoramente próximos para, ao terceiro, finalmente baralhar um pouco as coisas. São exemplos os Franz Ferdinand, Arctic Monkeys e Arcade Fire, só para citar os mais relevantes. Os Beach House mesmo que inseridos numa prateleira diferente seguiram esse mesmo caminho. Dois discos próximos nas ideias: intímos, inocentes e destinados a um culto com limites claramente definidos. Devotion já pedia o salto que haveria de se verificar com Teen Dream.

Sai a omnipresença da guitarra slide e teclados mais caseiros, entra um som mais abrangente, mas com selo Beach House. Se antes sussurravam-nos ao ouvido e alimentavam um sonho de um dia os vermos no Road House de Twin Peaks, aqui já tocam para uma sala cheia e esse sonho esvai-se à medida que o duo abrange mais público e David Lynch vai adiando a 3.ª temporada da série.

As mudanças nos Beach House são óbvias e começam na mudança para a Sub Pop que lhes aumenta o orçamento que acabaram por confirmar que foi gasto na íntegra. Nessa perspectiva, a mudança não lhes terá dado mais dinheiro. Gravaram numa igreja, mas, disse Alex Scally, “não soa a tal”, isto numa semana em que Jay-Z professava o seu amor para com os Grizzly Bear, precisamente por soarem a coisa gravada numa catedral.

E já que mencionamos rappers, não há como não referenciar Kendrick Lamar que samplou a magnífica “Silver Soul”, canção que só cresce com essa “homenagem”. Há acontecimentos que fazem as canções crescer. E sei que isto é um exemplo pessoal, mas é na partilha de experiências pessoais que percebemos que passamos por experiências similares: ainda há dias espreitava um episódio de Dark que tem como ponto alto um momento em que um dos protagonistas passa “Suspicious Minds” numa manobra de diversão. A cena é boa e a canção ganhou um novo peso. Aconteceu o mesmo com “Silver Soul” quando foi samplada em “Money Trees”.

Não dá para dizer que é o melhor disco dos Beach House, mas é o terceiro grande disco seguido dos Beach House. E coloca-os num novo patamar.

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