Como o WhatsApp conseguiu diminuir a proliferação de notícias falsas

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Foto de Yucel Moran via Unsplash

Como o WhatsApp conseguiu diminuir a proliferação de notícias falsas

A aplicação de chat colocou limites ao reencaminhamento e baixou em 70% as mensagens virais.

No início da pandemia bem o vimos à nossa frente: áudios de falsos médicos e indicações falsas sobre o Covid-19 a circularem online, principalmente através do WhatsApp. O medo e o desconhecimento perante um vírus estranho e uma situação inédita de confinamento originaram a circulação de desinformação, colocando a descoberto uma vez mais a fragilidade das plataformas online.

Todavia, com o Facebook já vacinado contra a desinformação e consciente da seriedade desta questão, fruto do seu historial com eleições não só nos EUA mas noutros cantos do mundo, a empresa de Mark Zuckerberg actuou rápido. Aos primeiros sinais de notícias falsas sobre o Covid-19 a correrem no WhatsApp, Zuckerberg decidiu aplicar restrições no número de vezes que uma mensagem pode ser reencaminhada. A 7 de Abril, os utilizadores do WhatsApp passaram a poder reencaminhar uma mensagem só para uma pessoa ou grupo de cada vez. De acordo com o WhatsApp, esses novos limites levaram a que o reencaminhamento de mensagens na aplicação de chat baixasse em 70% globalmente.

Esta não foi a primeira vez que o WhatsApp colocou restrições no número de vezes que uma mensagem pode ser reencaminhada. Em 2018, o limite tinha baixado de ilimitado para cinco vezes. Ou seja, quando recebias uma mensagem no WhatsApp podias fazer forward só para cinco pessoas ou cinco grupos de cada vez. De acordo com a empresa, subsidiária do Facebook, o reencaminhamento de chats diminuiu 25% com esses limites. “Estas mudanças estão a ajudar a manter o WhatsApp um espaço para conversas pessoais e privadas. O WhatsApp está comprometido em fazer a sua parte para lidar com mensagens virais”, referiu um porta-voz do serviço ao TechCrunch.

A funcionalidade de reencaminhar mensagens no WhatsApp tem a sua utilidade prática, permitindo, à semelhança de um e-mail, enviar uma mensagem a outra pessoa. Mas com mais de dois mil milhões de utilizadores globalmente, o WhatsApp tornou-se um veículo de desinformação que a empresa precisou de travar. Contudo, impondo limites ao reencaminhamento de mensagens, o WhatsApp conseguiu manter a funcionalidade e ao mesmo tempo diminuir a viralização de mensagens e, por conseguinte, diminuir a proliferação de notícias falsas.

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