TikTok: Trump aprova negócio com Oracle e Walmart “na teoria”, e quer aplicação a educar os americanos

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Foto de Solen Feyissa via Unsplash

TikTok: Trump aprova negócio com Oracle e Walmart “na teoria”, e quer aplicação a educar os americanos

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Trump quer que o TikTok “lhe faça um favor” e financie em 5 mil milhões de dólares um fundo para “educar as pessoas” sobre “a História real do nosso país – a História real, não a História falsa”.

No início de Agosto, Donald Trump foi bem claro: ou o TikTok passava para mãos norte-americanas ou a aplicação seria banida do país. O Presidente dos EUA levantava preocupações de segurança, mais concretamente a suspeita de que o Governo chinês poderia estar a espiar os utilizadores norte-americanos através da popular aplicação chinesa de partilha de vídeos. A Microsoft surgiu de imediato como uma potencial compradora do braço norte-americano do TikTok à chinesa ByteDance, mas as negociações não aconteceram tão linearmente como se esperava.

Não será, afinal, a Microsoft a ficar com o TikTok – nem com a fatia norte-americana do serviço, nem com a aplicação como um todo como inicialmente se especulou. Afinal, o que vai acontecer ao TikTok nos EUA? Serão a Oracle e a Walmart, duas gigantes norte-americanas, a assegurar a segurança dos mais de 100 milhões de utilizadores norte-americanos da aplicação. A Oracle, tecnológica que desenvolve uma sofisticada infra-estrutura e plataforma de cloud (nuvem), vai assegurar o armazenamento dos dados dos utilizadores. Em conjunto com a Walmart, a maior cadeia de retalho dos EUA, a Oracle irá ficar com 20% da empresa chinesa ByteDance, proprietária do TikTok.

Um gigante da cloud e… um retalhista

“Estamos satisfeitos por anunciar que a proposta do TikTok, Oracle e Walmart vai resolver as preocupações de segurança da Administração dos EUA e resolver as questões em torno do futuro do TikTok nos EUA”, lê-se num comunicado divulgado pela ByteDance no Twitter. “Como parte desta proposta, a Oracle vai tornar-se o nosso fornecedor tecnológico de confiança, responsável por armazenar todos os dados de utilizadores dos EUA e assegurar os sistemas informáticos associados para garantir que as exigências de segurança nacional dos EUA são cumpridas na totalidade. Estamos ainda a trabalhar com a Walmart numa parceria comercial.”

A ByteDance refere ainda, na mesma nota, que vai manter e expandir os actuais escritórios-sede da empresa nos Estados Unidos, criando 25 mil empregos no país. Donald Trump está satisfeito com este casamento entra a ByteDance, a Oracle e a Walmart. “Já dei ao acordo a minha benção”, disse o Presidente dos EUA aos jornalistas, citado pela CNN, tendo aprovado a proposta “no conceito”. Se este acordo não tivesse sido concretizado até este domingo, a aplicação do TikTok teria sido banida das lojas digitais por ordem do Departamento do Comércio dos EUA.

O favor a Trump

Trump quer que, além deste acordo, o TikTok “lhe faça um favor” e financie em 5 mil milhões de dólares um fundo para “educar as pessoas” sobre “a História real do nosso país – a História real, não a História falsa”. Ainda não se sabe se este fundo vai mesmo existir e em que condições, mas segundo a CNN, o Presidente dos EUA já tinha expressado vontade de que as empresas envolvidas neste acordo do TikTok contribuíssem de alguma forma para o Tesouro norte-americano.

O fundo de 5 mil milhões terá sido uma surpresa para a ByteDance. Numa publicação na plataforma chinesa Toutiao, a tecnológica chinesa refere que “tem o compromisso de investir no campo da educação e planeia trabalhar com parceiros e accionistas globais para lançar projectos de sala de aula online baseados em IA e tecnologia de vídeo para alunos em todo o mundo”. Diz ainda que “o pagamento do chamado imposto de 5 mil milhões de dólares ao Tesouro dos EUA” é somente uma estimativa dos impostos corporativos que o TikTok Global irá pagar ao longo dos próximos anos se o negócio for bem sucedido.

A história do TikTok nos EUA ainda não está totalmente terminada. Trump ainda só aprovou o acordo “na teoria” e 27 de Setembro é agora o novo prazo para a conclusão das negociações – o papel da Walmart neste processo ainda não está totalmente claro, por exemplo –, caso contrário a aplicação chinesa será banida das lojas nos Estados Unidos.

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